Cidade-Estado de Ankais

Rael escuta a conversa do humano e do krall e comenta com os dois

Rael: eh... desculpa interromper a bela amizade de vocês, mas... o que vamos fazer agora?

Juntaekk: Eu acho que deveria ir falar com meu ... pai. Quer dizer, o reitor o quanto antes ... só pra, sabe, limpar a barra de vocês também. E tentar limpar a minha. Ele deve estar em casa agora, tentando falar com a policia, deus e toda a lua. E é pra lá que eu vou - ele finaliza, com um leve amargor na voz

Isaac imaginou que deveria ir junto de Juntaekk depois do que havia acontecido, mas se o reitor o visse, saberia que não fazia parte dos estudantes de ITA. E com a polícia na casa dele, já seria como estar assinando os papéis e indo para a cadeia. Mas, curioso do jeito que era, queria saber o que estava acontecendo, e talvez o reitor soubesse mais sobre o assunto. Quem sabe se não ficasse quieto no seu canto, ninguém o descobrisse?

Isaac - Eu... err Juntan? Você vai sozinho?

Rael escuta o comentário de Juntaekk, e então comenta com o krall:

Rael: O reitor? Bem, talvez seja melhor falarmos com ele. Bem, não é como se ele não soubesse o que está acontecendo aqui, não é? diz, olhando pensativo para o prédio mas... acho que antes de tudo, seria bom prestarmos depoimento para a polícia, não? Afinal, fomos os únicos que presenciaram o que aconteceu lá dentro, e já que a polícia não poderá vir até aqui, seria bom irmos até ela. termina de falar, olhando para Isaac e Juntaekk

Juntaekk fica alguns segundos pensando. A policia ou voltar para casa?

Certamente, o departamento de policia seria mil vezes melhor.

Juntaekk:É verdade, eu não tinha pensado nisso. A policia vai nos ajudar mais do que o reitor. Melhor fazermos um BO rapido e indolor do que ir lá e ... falar com ele.

Isaac coça a cabeça, ainda cogitando a ideia de ir junto dos dois. Mas se fosse preso, sua mãe pagaria, sem contar que não poderia ajudá-la no bar por algum tempo. Pelo bem de sua família, era melhor deixar isso para lá, mas seu interior dizia que havia algo acontecendo. Algo maior.

Isaac - Não posso. Não posso, gente. Eu vou pra casa, depois dessa aventura. Sem contar que tenho que trabalhar, muitas coisas pra hoje. - o jovem disse tão rápido que as palavras se atropelavam enquanto saíam de sua boca.- O serviço chama, né? Sem contar que, eh, vocês dois vão lá, então está tudo bem.

Juntaekk: Ok, sem problema - ele diz, sorrindo e bagunçando o cabelo de Isaac - deve ser problematico pra um bolsista ter que ir até a policia e fazer um boletim de ocorrencia. As normas são muito rígidas ... e um certo professor ai iria querer a sua cabeça e a sua bolsa caso soubesse. Cê vem comigo, Nabo?

Rael olha para Isaac, confuso. ELe não entendia porque o jovem não queria ir consigo para a delegacia. Afinal, Isaac estava ali junto com todos

Rael: mas... Isaac... você deveria ir, não? Todos nós estávamos lá

Ao ouvir o que Juntaekk falava, Rael dá de ombros e diz:

Rael: pode ser, não vejo motivos para não irmos.

Isaac sorri para Juntaekk, mas assim que ouve Rael, o seu sorriso desaparece. Era, de fato, estranho não querer ir junto, depois de tudo que viu. Mas não podia, não podia arriscar.

Isaac - É que eu... não... não daria certo... eu - Isaac olhou para o lado - não gosto da polícia. É isso. Não gosto deles.

Juntaekk: Beleza, tudo certo então. Bora nessa, Nabo. - ele diz, tomando a dianteira e se dirigindo para o local onde ele e Isaac estacionaram suas motos - agora você vai tomar uma carona comigo. Sem reclamações, okei? - ele ri, mas por dentro, um certo medo se acumulava cada vez mais e mais. Ele fora o responsável por aquilo. Ele seria punido por aquilo.

"Você não sabe fazer nada direito"

Rael dá de ombros e fala com Isaac, dizendo-lhe:

Rael: não é uma questão de gostar, mas de necessidade. Podemos ajudar os policiais a resolver esse caso! diz, elevando seu tom de voz, tornando a ficar irritado não sei porque você não gosta dos policiais. São motivos não nos importa agora, mas você viu o que aconteceu ali, e pode ajudar! Na verdade, graças a você aqueles dois não fizeram mais estrago! Você os amedrontou e os expulsou!

Rael solta um suspiro. Isaac começou a agir estranho do nada, e pelo visto ele não ia cooperar com o resto do pessoal.

Rael: que seja. dá de ombros Vamos logo Juntaekk fala, olhando para o krall e seguindo-o até a moto

Isaac suspira com o que Rael havia dito, e não consegue calar a boca da sua consciência. Era verdade o que o krall havia dito, ele podia ajudar. Mas...

Isaac - Ok, ok, eu vou! - disse já indo até a sua moto e montando - Mas por favor, digam que eu era apenas um cidadão andando ao redor da faculdade quando tudo aconteceu. E não perguntem por que, é importante.

Jutaekk abre um compartimento do lado de tras da moto, onde sentaria o carona, e de lá tira um capacete extra. Nunca se sabe como e se ele acabaria esquecendo o seu capacete por ai, como já acontecera várias vezes, então, ele se acostumou a carregar sempre um a mais - Tô, Rael. - ele diz, passando o capacete para o outro krall - ele é meio feio, mas dá pro gasto. Ah e ... aliás ... fica tranquilo, cara. A gente vai resolver isso tudo, sem dor nem cicatrizes, okay? - ele dá uma palmada no cotovelo do outro krall, tentando acalmá-lo. De uma forma que ele não iria conseguir acalmar-se.

Até agora Nathan estava calado, observando a situação afastado, sem querer chamar atenção, aparentemente estava dando certo pois o grupo de "amigos" havia esquecido de sua presença. Julgando como o ex-soldado age, ele achou isso uma boa oportunidade para escapulir sem dar muitas explicações. Suas pernas começaram a leva-lo em direção a sua casa, precisava anotar o que havia acontecido hoje, rever e buscar informações novas. Aquilo poderia ser um novo começo.

Rael olha para o que Isaac diz e dá de ombros para o humano.  Apesar de não demonstrar, ele estava contente com a vinda do humano para a delegacia. Só não entendia porque ele queria manter sua "identidade oculta" daquela forma.

Mas aquilo não era problema do krall.

Rael: então vamos. Ikmai ng'ktaru, akamui diz, pondo o capacete

[Ikmai ng'ktaru, akamui = quanto mais cedo, melhor, em miraico]

Juntaekk acelera a moto, e segue rumo a delegacia. Isaac seguindo logo atrás, com sua moto.

Dessa vez, eles manteram um ritmo "normal", para não atrair muito a atenção das pessoas. Nenhum dos dois tinha combinado nada, mas era como se estivessem agindo em conjunto, como se um tivesse lido a mente do outro.

Em alguns minutos, eles chegam à delegacia. E lá, encontram alguém que estavam evitando desde o campus em chamas

Juntaekk: Oh, Hashkak ... - o krall mormura sem querer ao ver quem se encotrava lá

[Hashkak = holy shit]

Isaac suspira, e então quando já está na moto para dar partida e seguir os dois, olha para o homem mascarado se afastando em silêncio. Depois do que havia feito na faculdade, o jovem devia ao menos agradecê-lo.

Isaac - Mister M! Valeu pela ajuda cara! Vai depois no bar da mãe, vou te dar um café e o que você quiser do cardápio, por conta da casa! 

Assim que disse isso, ligou o veículo e começou a seguir Juntaekk e Rael pelas ruas de Ankais em direção a delegacia. O jovem sentia seu coração acelerado, quase saltando pela boca.

Isaac - Por que raios eu vim? Por que? Se isso der errado, vou te culpar Rael.

O grupo todo se encontrava na delegacia de polícia. Os dois kralls e o humano estavam localizados já no interior do estabelecimento.

Era um local bem organizado e bem limpo e muito bem iluminado. Haviam várias pessoas ali, a maioria policiais, todos trajando seus uniformes: uma armadura de kevlar negra e uma jaqueta branca por cima. Alguns policiais tinham vários distintivos e adereços em seus uniformes, mas de maneira geral, todos se trajavam de forma muito semelhante. Se não fosse pela estatura e pela aparência do rosto, poderia-se dizer que eram todos clones.

Entretanto, haviam duas pessoas que faziam contraste naquele lugar:
Um krall, de 1,58m, cabelos vermelhos claros bem rosados e de olhos amarelos escuros, trajando um traje atmoriano de executivo (um terno azul-escuro, uma calça azul-escura e sapatos pretos). Suas feições eram sérias e indiferentes com tudo o que acontecia ali.

Ao lado do krall, estava uma serint (uma dracar fêmea). De 1,71 de altura. Ela possui cabelos loiros escuros e longos que vão até metade de suas costas. Seus olhos são de tom bordô bem intenso. Sua roupa (uma armadura de kevlar castanha adornada com várias faixas e correntes) cobria se corpo por completo, deixando apenas exposto seu pescoço, sua cauda e suas mãos. Não era possível ver nenhuma escama aparente no corpo da dracar, à exceção de algumas escamas de cor vermelho-escuro que surgem na cauda ao redor do pescoço da mesma.

Krall: então você também não sabe o que aconteceu? diz o krall, cruzando os braços, enquanto erguia a cabeça para olhar para a dracar

Dracar: me desculpe, senhor Mzash, mas estamos tentando o nosso melhor! Encontrar informações sobre esse tipo de coisa não é fácil! fala, coçando a cabeça, nervosa

Krall: eu sei que isso não é fácil fala, cruzando os braços mas isso é uma urgência. Alguns dos meus funcionários estão feridos, e o pior, parte do instituto está destruído. Sabe quanto de prejuízo isso me causa? fala, erguendo uma de suas sobrancelhas para a dracar

A dracar solta um suspiro ao ouvir o que o krall estava falando. Ela não se sentia confortável na presença daquele homem. Era estranho, mas, mesmo tão pequeno, aquele krall exalava uma aura de superioridade e intimidação.

Dracar: nós... eh... fala a dracar, nervosa, desviando o olhar digo, EU, vou tentar a... antes de terminar a frase, é interrompida pelo krall

Krall: apenas tentar? diz o krall. Ele responde de forma calma, porém, séria, demonstrando sua autoridade sobre a dracar.

Dracar: eu não sei se conseguiremos... digo, não é tão simples, eu já disse, Sr. Mzash! fala, aumentando o seu tom de voz

Krall: então faça seu melhor, Gali. Eu não quero mais problemas, ouviu? termina de falar com a dracar.

O krall começava a andar em direção oposta a dracar, pretendendo sair da delegacia. Foi então que a caminho da porta, ele viu um humano e dois kralls próximos da mesma. E um desses kralls lhe era muito familiar

Krall: você por aqui, Juntaekk? fala, cruzando os braços o que lhe traz até a delegacia? diz, parando ao lado de Juntaekk. Sua voz era inquisitiva e séria.

Juntaekk: Er ... oi, Azi, não esperava o ver por aqui - o krall diz, tentando ao máximo evitar os olhos do pai - eu ... é .... - ele começa a suar sob o olhar inquisitivo do pai. Nunca conseguira esconder nada do krall mais velho - estava no Instituto quando ... aconteceu tudo, sabe e eu vim ... prestar depoimento

[Azi = Pai]

O pai de Juntaekk arqueia suas sobrancelhas novamente, e então olha para o teto da delegacia, com um olhar pensativo

Krall: bom saber que você está finalmente fazendo alguma coisa responsável diz, voltando a olhar para o filho  talvez, dessa vez, você possa fazer algo realmente útil, não acha? diz, enquanto dava um "tapinha nas costas" do filho. Porém, tal gesto serviu mais como um ato de provocação do que uma demonstração de afeto.

Assim diz o krall, saindo da delegacia.

Juntaekk abaixou a cabeça. E como várias vezes já tinha feito na infância, mormurou

Juntaekk: Ka ne anju, Azi


Por alguns segundos, ele ficou ali parado, olhando para o nada. Só então, conseguiu se livrar daquela sensação odiosa de quando era pequeno, da presença opressora do pai, e de seus próprios sentimentos.

Juntaekk: Bom ... aquele era o reitor. Um encanto de pessoa não? - ele diz, brincando para amenizar a situação, mas ainda suando frio - acho que deveriamos falar com aquela moça lá - ele aponta para Gali, que estava desesperada atrás de informações, quaisquer que fossem - ela parece estar comandando essa ... operação toda.

[Ka ne anju, Azi = Me desculpe, pai]

Rael escuta toda aquela situação calado. Ele começa a entender o que estava acontecendo com Juntaekk e com sua família.
Embora não conhece bem o krall, ele pode deduzir que ele não aparentava ter muita simpatia de sua família.

Rael: sim... vamos...  diz, indo em direção a dracar

O krall se aproxima de Gali, e gentilmente dá um toque em seu ombro

Juntaekk: Com licença, senhorita, eu gostaria de ter uma palavra com ....

Mas ele não consegue terminar a frase, pois a dracar tinha praticamente dado um salto de um metro ao ouvir sua voz, que lembrava bastante à do reitor.

Isaac também observava da porta a interação do krall, o reitor de ITA, com a serint e logo após, com seu filho. Como já suspeitava, a relação entre eles não era muito boa. E o jovem Wemyss sabia muito bem o que era ter um pai problemático. Sentiu o suor escorrer quando o krall passou ao seu lado para sair da delegacia, e só quando estava lá fora, que Isaac recuperou sua respiração. Mas aquela situação estava estranha, sempre que lembrava-se da sua infância, o jovem sentia aquela mesma raiva crescer em seu interior como lava fervente (ahva). Trincou os dentes e foi até o reitor, que ainda estava perto da porta, do lado de fora da delegacia.

Isaac - Ei! Seu almofadinha! Aquele lá dentro é o seu filho! Como você pode tratá-lo assim?

Ao ouvir o que o humano dissera, o krall fala:

Krall: justamente por ele ser meu filho eu tenho o direito de ter essa autoridade fala, sem manter contato visual com Isaac.

Assim disse, adentrando no seu aerocarro. Em alguns segundos, a nave já estava ativada e logo então, ela dá voo, saindo do estacionamento da delegacia.

Enquanto isso, no interior da delegacia, onde Juntaekk e Rael (que tinha acompanhado-o) estavam:

Gali: por favor, Kalyek! Eu VOU FAZER MEU TRABALHO! diz, elevando o tom de voz, quase gritando. A dracar não tinha virado-se para ver os dois kralls eu cheguei aqui ainda hoje! Eu preciso de tempo, okay? diz, "socando" a mesa

Então, quando ela vira-se, ela vê que o krall já não estava mais lá. Outros dois kralls estavam na frente dela, e um deles tinha uma estatura consideravelmente alta para sua espécie. Na verdade, o krall em questão tinha a mesma altura que a dracar.

Gali: oh... mekaremeket [me desculpe, em maginiano] eu... eh... pensava que... a dracar começa a corar, com vergonha do que tinha dito

Ela respira fundo e inspira, tentando manter uma postura séria e focada.

Depois de olhar para o krall alto, ela volta a fitar o outro krall que acompanhava-o. Este, por sua vez, tinha uma estatura típica para sua raça. Porém, algo lhe chamava atenção: este tinha barba, algo bem incomum para a raça também

Gali: oh... bem... oi? fala, sorrindo para os dois me chamo Gali Hajamek. Em que posso ajudá-los? fala, se esforçando ao máximo para tentar manter a postura profissional e séria.