Cidade de Wagobi [Gedang]

Após várias horas de viagem, o aerocarro pilotado por Vess finalmente chega na cidade de Wagobi.

Apesar da longa viagem, o percurso foi bem confortável. O tempo estava excelente, então não houve nenhuma turbulência durante a viagem, além do que, o carro era extremamente confortável, arrumado e espaçoso, algo bem incomum entre muitos aerocarros de Ankais. Provavelmente deveria ser um modelo criado no próprio império.

Vess: a bela Wagobi... diz, apreciando a vista da cidade uma bela cidade, não? Aqui se encontra algumas jóias da antiga arquitetura colonial mivérica. Muitos miveras do império costumam visitar essa cidade diz, indo em direção a um grande pátio de estacionamento, localizado no centro da cidade.

Após mais alguns minutos voando em direção ao estacionamento, o finalmente aterrissa a nave e estaciona seu aerocarro.

Vess: é isso, chegamos. diz, saindo do carro, respirando fundo o ar da cidade

Mesmo sendo uma cidade grande e industrializada, o ar de Wagabi era muito limpo, e não é para menos, a cidade é super arborizada. Vários tipos de plantas (algumas nativas de Sarell, a lua dos miveras) podem ser vistas pelas ruas da cidade.

A viagem havia sido agradável, mas o pequeno nervosismo que sentia em casa agora tinha criado um efeito bola de neve e deixava Nathan inquieto. Para seu alívio, Wagobi tinha um cenário que fazia a pessoa se lembrar os prazeres da vida. Saiu do carro quando estacionado, sentiu um pouco de tristeza em ter que abandonar seu assento confortável, mas suas pernas lhe levaram nervosamente para o lado de fora.

Nathan: É aqui que vamos encontrar o nosso contato? - Falou se enquanto movia o corpo para deixar o sangue circular e aproveitar o clima do local - Devo aparecer usando essa máscara? - Apesar de não entender a língua nativa dos Miveras, a princesa Hakki havia dito algo sobre seu contato. E pra ser uma característica digna de ser lembrada, ou o homem é louco ou super cuidadoso. Não sabia no que estava se metendo, então todo cautela era bem-vinda para Nathan.

Vess: não se preocupe com a máscara, eu posso esclarecer para Jall sobre seu problema. Eles não é uma pessoa que se importa muito com a aparência das pessoas, mas sim com sua forma de agir. Não seja educado com Jall, ele não confia em pessoas educada diz, soltando um suspiro Jall acha que pessoas educadas demais carregam segundas intenções consigo. Mas no demais, não precisa se preocupar com ele.

Então Vess faz um sinal de mão, pedindo para que Nathan seguisse-o até o local onde estaria este tal de "Jall"

Vess e Nathan caminham por Wagobi por uns minutos. A cidade estava pouco movimentada, não havendo nenhum congestionamento no trânsito local ou qualquer incidente que pudesse chamar a atenção da dupla.

Finalmente, depois da "caminhada", eles chegam a uma pequena casa, localizada num bairro histórico de Wagobi. As casas, embora bem estruturadas e visivelmente bem equipadas com a tecnologia de ponta mivérica, se mostravam bem antigas, com traços da tal "arquitetura colonial" dos miveras.

Vess: aqui estamos, na casa de Jall fala, indo em direção a porta da pequena casa mivérica, clicando no botão da campainha três vezes seguidas. não se esqueça, não seja formal com ele, ok?

Após um minuto esperando na entrada da casa, uma voz podia ser ouvida atrás da porta.

???: quem tá aí? diz a voz

Vess: sou eu Jall, o Vess.

Jall: qual dos Vess? Você pode ser o Vess de Badyunka, o Vess de Tapazgo, o Vess de Rowon, o Vez de Lizakyo, ou o filho da mãe do Vess de Shieden que roubou meu jantar sexta-feira passada...

Vess vira o rosto para Nathan, com uma feição bem clara de desgosto estampada no rosto do mivera

Vess: eis a definição de gyokuzda, Nathan... fala, levando a mão ao rosto [facepalm] sou o Vess de Halakarpan, Jall

Jall: qual dos "Vesses" de Halakarpan? Você é aquele mivera que comia todo dia no restaurante da baronesa das ilhas brancas? Ou você é aquela miveri de voz muito grossa que... subitamente, é interrompido por Vess, que soca a porta da casa de Jall

Vess: deixe de ser chato, caramba! E abre logo o caralho dessa porta se não eu arrombo ela com meu acelerador, seu escroto!

Jall solta uma gargalhada estridente ao ouvir o que Vess havia dito.

Jall: adoro ouvir você falando palavrão, Vess. Nem parece a mesma pessoa! diz, abrindo a porta

Então a porta se abre revelando o tal de Jall. Se tratava de um mivera de estatura mediana (1,65 de altura), de cabeça raspada e de olhos verdes claros. Sua pele era amarelo-alaranjada.

Jall: aí está você, Vess. diz, olhando para o mivera e logo após para o humano então... esse é...? diz, arqueando sua sobrancelha enquanto fitava Nathan

Aquela enrolação com Ves e Veses estava fazendo Nathan ponderam se havia sido uma boa ideia ter vindo mesmo, mas foi surpreendido com o soco na porta do Vess que se dizia de Halakarpan, ou tanto faz como se pronunciava aquilo. Terei de ter umas aulas com a lingua dos miveras, esses nomes já estão em dando nos nervos pensou.

Nathan: Meu nome é Nathan, praz - parou antes de terminar a frase e se lembrar dos avisos anteriores do espião da princesa - Er... Nathan... é a merda do meu nome, anão. Podemos entrar ou não caralho? - Suspirou profundamente como se tivesse sido a coisa mais exaustiva da vida, encarou Vess por debaixo da máscara nervosamente, achando que havia passado da linha com "não-formalidade".

Jall olha para Nathan e solta um sorriso ao homem, dizendo-lhe:

Jall: você pediu para ele não ser fresco? diz, sorrindo para Nathan e logo depois olhando para Vess tá indo bem Nathan, só não force a barra, ouviu? diz, rindo

Depois que Jall diz isso, ele faz um sinal de mão para que o humano e o mivera entrassem.

Vess: eh... acho que ele percebeu diz, dando de ombros e entrando na casa

A morada de Jall era bem simples. A sala de estar possui uma mesa quadrada com quatro cadeiras ao seu redor, um sofá e uma televisão holográfica, sem muitos detalhes ou enfeites nas paredes ou no teto.
Ali, o mivera de cabelo raspado senta-se numa das cadeiras e diz aos seus convidados, enquanto ligava a tv (acionando-a pelo controle que estava sobre a mesa)

Jall: então, caras, suponho que a "chefa" tenha pedido pra cês dois virem pra cá, não foi? diz, enquanto mudava os canais da televisão

Nathan entrou na porta embaraçado. Eu devia ter sido eu mesmo pensou envergonhado. O homem mascarado observou ao redor como era a morada do mivera, ficou surpreso e também triste em saber que era mais agradável que sua própria casa.

Nathan: Suponho que sim. - Preferiu se limitar a dizer apenas isso, tinha acabado de entrar para o "esquema" e não podia se dar ao luxo de parecer um ignorante ou um sabichão.

Vess senta-se numa das cadeiras da mesa de Jall.

Vess: muito bem, Jall. Aqui estamos nós. Pode me dizer o que foi que você encontrou?

Jall: claro, mas antes. diz, olhando para Nathan eu gostaria de saber algo antes. Por que você veio para cá? O que cê quer com a gente? Por acaso o sorriso bonito da chefa te encantou e você vai decidir fazer o trabalho por ela, ou cê tem outros motivos? diz, cruzando os braços enquanto olhava para Nathan

Nathan fica alguns segundos em silêncio, analisando o pequeno mivera.

Nathan: "O que eu quero?" você diz, mas parece que você ainda não está tão bem informado. Digamos que nossos interesses são os mesmos e que a possível informação de um conhecido meu está em jogo. Não vai conseguir tirar mais nada de mim além disto. - Poderiam estar do mesmo lado, mas Nathan sabia que não deveria sair explicando tudo pra quem quer que perguntasse.

Vess dá de ombros com o comentário de Nathan. Jall, por sua vez, fecha o semblante ao ouvir o que o homem diz, e então põe-se a falar

Jall: entendo... diz, suspirando você acabou de me conhecer. Se eu fosse me encontrar pela primeira vez com um homem bizarro que se esconde com um saco na cabeça, eu também ficaria receoso diz, dando uma risada mas qualquer que sejam seus intenções, o importante é que nos ajude.

Jall aperta um botão no controle remoto de sua televisão holográfica. Ao apertar o botão, o holograma da tv é "projetado" para fora do arco que o contia, e o mesmo se expande, criando uma grande tela.

Um teclado holográfico também surge próximo ao painel holográfico da "televisão expandida". Jall levanta-se de sua cadeira e vai até o teclado

Jall: por isso que eu gosto da nossa pequena relenko. Ela pode ter muitos poucos "bens materiais" comparados com suas outras irmãs - ou mesmo outros nobres. Mas ela se importa com seus súditos e não se acanha em nos dar alguns... presentes diz, enquanto digitava freneticamente no teclado holográfico

Depois de acessar alguns programas, o mivera ativa um "mapa" que fica exposto no painel holográfico. O mapa em questão era a imagem de Wagobi vista por cima - em altíssima definição

Jall: estamos aqui diz, indo para o painel holográfico e "cutucando" o holograma, apontado para o bairro onde estava a casa de Jall. Em seguida, o mivera vai até o outro lado do painel, apontando no que parecia ser uma fábrica abandonada andei pesquisando algumas coisas sobre o caso que acometeu você e relenko Hakki naquela praia de Tiamatis. Aparentemente, o grupo que atacou vocês se trata de uma pequena coorporação criminosa de tráfico. Eles possuem poucos membros - em termos relativos, claro - mas possuem uma atuação em várias luas diferentes. Aparentemente, a maioria deles são miveras, o que explica a atuação em luas mivéricas e cidade cuja maioria é de membros de nossa raça. E aparentemente, há um pequeno grupo deles atuando nessa fábrica

Nathan: Aquilo é uma fábrica abandonada? - Disse com tensão na voz, se aproximando e analisando com calma - Talvez você já saibam disso, mas eles não apenas "atuam" nessas fábricas. O local possui uma segurança muito boa. Possuem um perímetro muito vasto para encontrar intrusos, é provável que até pequenos animais sejam detectados. - Nathan colocou a mão no queixo de maneira pensativa, como se tentasse escavar algo na mente - E se não me engano, depois da brecha de segurança que sofreram anos atrás, os erros cometidos naquela época foram todos corrigidos. Há pouquissimos meios de entrar.


Tomou uma pausa para respirar com calma, sabia que tinha falado demais, mas as lembranças que vieram a sua cabeça fizeram com que sua voz tomasse vida própria.

Vess olha para Jall, com um sorriso em seu rosto e diz ao parceiro mivera:

Vess: por isso nós temos ele conosco. Ele tem experiência vasta com essas pessoas... diz, fitando Jall e logo depois Nathan isso é verdade, não é? Eles realmente podem ter melhorado desde a última vez...

Ao ouvir o comentário de Nathan, o mivera fica pensativo. Ele tinha mesmo mais experiência contra aquelas pessoas, e se estivesse certo - o que provavelmente está - então o plano que Jall havia criado foi completamente destruído.

Jall: merda... diz, sentando-se numa das cadeiras enquanto massageava suas têmporas (ou o equivalente na anatomia mivérica). pior que cê tem razão, cabeça de saco. diz, olhando para Nathan eles devem ter pensado nisso antes... e eu não pensei! diz, batendo o pé no chão, irritado. então.... o que você sugere?

Aquela pergunta o pegou de surpresa enquanto pensava no passado.

Nathan: Esperava que vocês possuíssem a resposta para isso, sendo você um morador local. - Começou a andar de um lado para o outro com as mãos para trás, buscando algum plano, até que por fim parou e suspirou profundamente - Sugiro que, primeiro precisamos de informações visuais, porém tenho 90% de certeza de que o local está escondido sobre algum tipo de Software Holográfico caríssimo, o que dificulta para o nosso lado. - Levantou dois dedos - A partir daí pode ficar mais simples, pois teremos duas opções de infiltração. 

1º Uma infiltração imediata, de preferência a noite, entramos, pegamos quaisquer seja o documento que deseja e saímos sem sermos vistos obviamente.

2º Uma mais demorada, se conseguirmos observar como o local funciona, a rotina interna, etc. Poderíamos nos infiltrar com mais segurança, também podemos conseguir mais informações sobre todo o esquema.

O ex-soldado parou por um segundo, como se tentasse visualizar mentalmente ambas as situações.

Nathan: São essas as opções que tenho, cada uma com seus riscos e "recompensas", só depende do tempo que temos e do que exatamente estamos atrás. E isso é vocês que sabem.

Jall e Vess trocam olhares ao ouvir o que Nathan dissera. As sugestões do homem eram muito boas, e era difícil escolher qual seria a melhor

Jall: eu fico com a primeira opção. Não temos muito tempo e, infelizmente, o pouco tempo que temos talvez não seja suficiente para executarmos a ação. Deveríamos fazer isso agora a noite!

Vess balança a cabeça, desapontado, ao ouvir o que Jall disse sobre o plano.

Vess: nós temos sim tempo o suficiente. Talvez não o suficiente para passarmos dias observando o lugar, mas o suficiente para sabermos como "funciona" a rotina dos traficantes que ali estão na fábrica. fala, cruzando os braços e fitando o mivera de cabelos raspados isso é uma missão importante e não podemos "entrar de uma vez" num lugar daqueles.

Jall: quanto mais tempo perdermos observando eles, mais estrago esses caras farão! Imagina o que eles podem fazer em um, dois ou três dias? Parece pouco, mas é o suficiente para eles venderem o material deles para alguém! Ou mesmo... tempo o suficiente para conseguirem mais materiais! diz, batendo de novo o pé no chão, com raiva e a chefa vai vir para cá daqui uns dias, se esqueceu?

Vess: droga Jall! Use seu cérebro, que eu sei que você tem um! Se formos imprudentes assim, é capaz de nem voltarmos com vida para recebermos a relenko!

Jall leva as mãos a cabeça e então volta a olhar para Nathan, dizendo ao homem, com uma voz inquisitiva:

Jall: certo. Você deu a idéia. Na sua opinião, o que você acha mais prudente, cabeça de saco?

Vess: em nome do deus adormecido! Você vai mesmo colocar o Nathan ness... antes de terminar sua frase, o mivera é interrompido

Jall Psst! ELE deus as idéias! Acho que ELE deveria ter a palavra final, não?

Nathan pensou, elaborou, ponderou, presumiu e concluiu. Já sabe que escolha achava melhor.

Nathan: Concordo com o Vess - Disse pensativo - Sei o que está pensando Jall, mais vidas em risco por causa disto. Porém eu já tentei me infiltrar ás cegas e por muito pouco eu não estaria aqui hoje. Precisamos ter calma, mas podemos começar hoje mesmo a observá-los. - O senhor se direcionou para observar o mapa de perto - Enquanto discutiam eu já pensava numa possibilidade. O local provavelmente tem algum ponto fraco, algo onde seus trabalhadores possam ir e vir. Onde suas "mercadorias" saem do prédio. Algum lugar onde recursos cheguem. Se encontrarmos esse ponto, poderíamos em pouco tempo se preparar para entrar. - Em seguida, se virou para o espião mivera - Vess, eu peço que me mostre os equipamentos que temos a disposição, se é que há algum, quanto mais cedo fizermos isso, mais rápido acabaremos com esses merdas.

[Jall se lembrará disto]

O mivera de cabelos raspados dá de ombros e comenta com Nathan, numa voz seca

Jall: tudo bem, se você acha que é o melhor. Apenas faça... diz, exibindo um claro e evidente descontentamento

Vess, por sua vez, sorri com o comentário de Nathan, e então diz ao homem, enquanto levanta-se da cadeira onde estava sentado

Vess: perfeito. Sabia que todo o trabalho para te encontrar valeria a pena. fala, indo em direção ao mapa então... você diz que explorarmos o local hoje mesmo, a noite? Que tal... ficarmos aqui? aponta para um terreno baldio que se localizava ao lado da fábrica.

Vess dá um zoom no mapa holográfico e revela em mais detalhes o terreno: se tratava de um local com várias árvores e alguns destroços de aço e concreto, provavelmente oriundos da fábricas em ruínas. O terreno se localizava numa colina, num relevo superior ao relevo da fábrica abandonada

Vess: podemos começar explorando aqui, o que acha?

Em resposta ao que Vess disse, Jall apenas dá de ombros.

O homem concorda, parecia um bom local, ao menos isso facilitava um pouco.

Nathan: Jall, virá conosco? Quanto mais olhos tivermos, mais área cobriremos. Vees, precisamos de algo para observar através de hologramas. Também seria bom algum gravador de voz de boa qualidade, provavelmente precisaremos de um disfarce no futuro, e terá de ser de pessoas que já trabalham ali, se aparecer alguém diferente, acabará com tudo. Eu ficarei observando a parte da frente da fábrica, decidam entre em si quem observará o meio e os fundos.

Jall solta um suspiro e assente com a cabeça, dizendo a Nathan:

Jall: eu tenho uns trackers e também um SAES, com certeza isso vai ajudar a rastrear os sons dos trabalhadores da fábrica. diz, porém, não muito empolgado eu também posso ficar nos fundos

Vess: eu não tenho um SmartGlass, mas... possuo um "apetrecho" especial, criado pela própria nobreza mivérica, que pode nos ajudar a ver "através" do holograma. Agora, quanto aos disfarces... eu não faço idéia de como obtê-los

Nathan: Sim, isso ajudaria muito, Jall. - Então se virou para o espião - Qualquer coisa para ver através do holograma vai servir, quanto aos disfarces deixem comigo, porém precisamos ir ao local primeiro. Creio que temos algumas horas até o anoitecer, vamos nos preparar, sairemos na ultima luz do sol.

Era revigorante, uma situação que dava medo, mas ainda sim revigorante. Era como antigamente com sua antiga equipe. Porém não havia tempo para recordações, Nathan então começou a se preparar para a noite.